Um dia no meu Alentejo ,descobri que era bom acelarar sem destino ,curvar sem ninguem aparecer ,levar com o vento na cara na adrenalina do salto ,do resvale , do curva-contra curva.
Que era muito bom ,parar para olhar sem saber do oriente ou ocidente ,desorientar-me ,perder-me.Descobri que era bom demais fechar os olhos e respirar o calor exausto, transpirado ,feliz , olhar em redor e sorrir ironicamente questionando o porquê de o mundo ter uma dimensão tão grande e fazermos todos de conta de que vivemos para sempre ,e não precisarmos de o proteger e aproveita-lo com paixão pois ninguém estará à espera de ninguém para sempre ,a dizer :
_Beija-me, cheira-me ,admira-me ,percorre quilómetros por mim,traz-me eucalipto,traz-te ,respira fundo e abre os olhos. Mais um suspiro profundo e relanço-me de volta a casa com a poeira que vou deixando para trás,a mãe já tem a comidinha caseira a sair do forno,o pai retirou da garrafeira o seu melhor néctar.E sou feliz... .
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